O processo de escolha faz parte da vida de cada um de nós. Das mais triviais às mais complexas, diariamente nos deparamos com ele. A escolha profissional, por exemplo, tende a figurar no time daquelas que tiram o sono de muitos. Especialmente no período que antecede as inscrições para o Vestibular e para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a preocupação costuma ficar mais evidente nos estudantes. A boa notícia é que eles podem contar com a orientação profissional nesse processo de escolha.

Segundo a psicóloga, especialista em desenvolvimento humano, organizacional e em orientação profissional e coach de carreira, Camila Spillere Busarello, jovens na fase escolar que querem entrar no mercado de trabalho costumam ter muitas dúvidas sobre a carreira a seguir. “Nos encontros, trabalhamos com os pilares do autoconhecimento e a realidade do mercado de trabalho. Pesquisas apontam que 65% das profissões que as crianças que estão no jardim de infância vão seguir no futuro ainda não existem. E se o mercado está sinalizando para novas profissões, precisamos falar sobre essas tendências”, afirma Camila.

No processo de orientação profissional, a psicóloga conta que o estudante pode conhecer profissionais da área que ele pretende atuar e também os locais de trabalho. “Consultórios, escritórios, estúdios de televisão e até uma sala de cirurgia já estiveram entre os locais que meus pacientes visitaram dentro do trabalho de orientação. Eles puderam acompanhar o cotidiano daquela profissão e depois, refletirem se se imaginavam trabalhando com aquilo. Além disso, conseguiram elencar as competências necessárias para as carreiras que pretendiam seguir”, comenta.

Ainda durante a orientação profissional, o estudante consegue conhecer mais sobre suas predileções e contar com o apoio da família, que dependendo do caso, também participa dos encontros.

Orientação profissional no jardim de infância

Camila conta que culturalmente é no Ensino Médio que o trabalho de orientação profissional começa a ser feito. No entanto, em grandes centros, o processo de escolha profissional já começa a ser incentivado no jardim de infância, por meio de estímulos adequados à idade da criança. Ela mesma já iniciou o processo em sua família.

“Comprei para a minha filha que ainda está na educação infantil, um bonequinho que ela poderia vestir com roupas que caracterizavam diferentes profissões. Isso é trabalhar com o lúdico das escolhas e é uma prova de que a orientação profissional pode ser realizada desde cedo. Isso faz com que o processo flua de maneira mais natural ao longo da vida”.

Reescolha profissional

Com dez anos de experiência em orientação profissional, Camila também atua com gestão de pessoas, e afirma ter percebido o aumento da procura por casos de reorientação profissional. “Me formei mas para onde vou? Me formei em um curso, mas quero fazer algo diferente. Quais minhas habilidades? Ou já construí minha vida e quero trabalhar com algo que gosto mas não sei bem o que ainda. Essas são alguns dos questionamentos mais frequentes”, afirma.

Segundo a psicóloga, isso ocorre em vários casos porque a decisão foi influenciada por outras pessoas, que podem ser familiares ou amigos, por exemplo. Por isso, em casos como estes, o psicólogo pode aplicar testes que avaliam a escala de maturidade da escolha profissional para, a partir, verificar o quanto os pais estão influenciando o paciente.

Outro recurso é o genoprofissiograma, ou seja, a árvore genealógica profissional da família, que além de permitir uma visualização das carreiras que as pessoas da família seguiram, possibilita ao paciente observar quais as características das pessoas que escolheram determinado ofício.

Para saber qual caminho seguir nessa busca pelo autoconhecimento e decisão profissional, Camila orienta que antes de qualquer coisa, a pessoa procure um profissional de Psicologia para fazer uma avaliação dos objetivos. “Recebo muitos estudantes acompanhados dos pais para uma conversa e a partir disso, definimos a necessidade. Às vezes a indicação é de psicoterapia. Há casos de terapia familiar para depois irmos para a orientação profissional ou coach de carreira. A reorientação ou reescolha profissional é indicada para quem já está formado e não sabe qual o caminho seguir. Já para aqueles que querem continuar na área de atuação, mas de uma maneira diferente, a indicação é para o coach”, explica.

Sobre a profissional

Camila Spillere Busarello é psicóloga (CRP 12/08496), personal e professional coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching e Creative Coaching pela Creative Learning Institute.

Possui formação em Orientação Profissional, Reorientação Profissional e Planejamento de Carreira. Especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional, com atuação há mais de 12 anos na área como gestora de Recursos Humanos e consultora organizacional em empresas do Sul de Santa Catarina. Camila também é professora na área de Gestão de Pessoas.

Redação – Milena Nandi